Mudei mais uma vez o nome dessa
série, pois “Chatices Literárias” limitam os temas que posso abordar (afinal às
vezes falo de filmes também) e “Chatices de fã” não tem carisma. Então resolvi
fazer uma chatice mais explícita com o meu nome. Espero que não tenha problema
para vocês.
O tema de hoje é a série
“Divergente”, quer dizer os dois primeiros livros (“Divergente” e “Insurgente”)
e o filme que estrelou no meio do ano baseado nestes livros. Não sei se o estilo é o tal do “steampunk “,
mas com certeza é uma Distopia, com realidades fictícias e sociedade do futuro
sobrevivente de alguma catástrofe que se organiza em castas, (no livro eles
chamam de facções). Bom, depois de Jogos Vorazes eu tinha decido nunca mais ler
uma Distopia. Ei, peraí! Não jogue a primeira pedra não! Não é que eu não tenha gostado da trilogia,
só foi muito forte pro meu estômago sensível, sem falar que a Katniss... epa!
Não posso contar isso pra não dar spoiler. Mas enfim, não estava mais afim de
tomar um belo soco no estômago (foi assim que me senti no final de JV) ou
aguentar mais um triângulo amoroso de novo, porém (ai porém!), eu vi o trailer
de Divergente quando fui assistir algum filme épico com minha amiga Ju no cinema e achei
bem interessante.
Quando estreou arrastei meus pais
para ver comigo e o resultado foi: meu pai não dormiu durante o filme! Ele
normalmente reclama dos filmes que eu e minha mãe gostamos, mas dessa vez ele
se surpreendeu e isso me deixou feliz porque ele ronca alto e quem é que gosta
de ser linchado no cinema? Enfim, gracinhas à parte, Beatrice Prior é uma
garota de 16 anos louca por liberdade. A facção na qual nasceu, exige que ela
abdique de si mesma em prol do próximo, mas a adolescente não está nenhum
pouquinho afim de virar a nova Madre Teresa. Assim que pode ela se transfere
para a facção mais irada de todas: a Audácia, onde liberdade de agir e de ser
egoísta (além de poder comer coisas gostosas como chocolate) não eram
censurados. Tudo estava às mil maravilhas até que os novatos da Audácia tiveram
que passar por uma simulação (uma espécie de prova de coragem em que você é
obrigado a enfrentar seus piores medos) e o instrutor de Tris descobre que ela
é divergente.
Bom, pra quem não sabe,
divergente é todo cidadão desse universo literário que tem mais de uma vocação
e Tris tem 3: Abnegação, Audácia e Erudição. Para o azar dela os divergentes
estavam sendo caçados pela Erudição porque eram mais difíceis de serem
controlados. Acho que na hora que assisti ao filme me senti meio divergente,
mas agora discordo disso, porque quem neste mundo tem apenas um interesse e uma
vocação só? No entanto, a mensagem do filme
continua a me dar ideias. Quer dizer, botar no governo uma facção que põe o
comprometimento com o povo acima do lucro pessoal me pareceu bem revolucionário
e bem próximo a nossa realidade, já que o problema da corrupção está sendo
muito discutido hoje em dia. Não gostei muito de colocarem a ciência como vilã
da história porque reforça aquela ideia do mito de Adão e Eva de que o
conhecimento corrompe, mas a derrubada de um” governo ideal” para instituir a
livre iniciativa e a concentração da renda (que gera a desigualdade social) me
pareceu bem atual também. Acredito que a maioria das pessoas professam querer
uma felicidade utópica, mas no fundo não movem uma palha em prol desse ideal de
sociedade, só se mexem pelo próprio umbigo.
Largando minha amargura política
de lado, preciso confessar que não sei o que é melhor: o livro ou o filme. No
filme não ficamos sabendo dos sentimentos da personagem principal, além dos
mais óbvios é claro, mas nele a narração da personagem fica suspensa em muitas
partes, dando mais liberdade para a atuação. No livro, porém, a narração é em
primeira pessoa e isso para mim é meio cansativo porque parece que ela faz um roteiro
das próprias ações e fica tipo assim: “eu penso, eu falo, eu bato em fulano e
depois pisco olho esquerdo”. Só que o livro mostra mais da personalidade de
Tris e depois que eu o li achei o filme fraco na caracterização dela. É por
isso que no facebook estava rolando uma même dizendo que o Harry Potter (acho
que era ele gente, me corrijam se estiver errada) nasceu com a grandeza, a Tris
aprendeu a ser grande e a Katniss teve a grandeza imposta. Tris já era mulher
“com fogo nas ventas” muito antes de entrar para a audácia, ela já tinha uma
personalidade difícil, o problema é que ela foi adestrada por sua primeira
facção e não tinha liberdade de escolha, mas na primeira oportunidade que teve
meteu o pé. Aliás, ela me chocou muito na primeira noite dela como membro da
audácia pois demonstrou total desprezo pelo colega que chorou.
Já na continuação “Insurgente” eu
percebi uma Tris mais humana, com mais medos e traumas, porém, contraditoriamente mais ousada e impulsiva. A narrativa me parece dar mais
ênfase no relacionamento dela com Quatro, apesar de ter também bastante ação.
Aliás, a Verônica Roth está de parabéns, conseguiu aliar romance e desenrolar algo interessante ao mesmo tempo (que diferença da trilogia da Seleção!) sem prejudicar
nenhum dos dois. Quer dizer, ambos aspectos foram desenvolvidos com coerência,
mas confesso que às vezes me irritei com as briguinhas de casal desnecessárias,
mas ao mesmo tempo que se desentendiam, aprendiam a agir como uma dupla.
O final do livro me surpreendeu.
Não esperava uma explicação para a situação problema do livro daquele jeito,
por mais que ficasse curiosa com o que acontece fora da cidade. Bom, acho que
vou ficando por aqui, vocês sabem, se eu continuar a falar inevitavelmente vou
dar spoiller. Quando eu terminar de ler “Convergente” faço uma resenha bacana
para meus queridos expectadores.
Um beijo da Alê!
Fico feliz que tenha curtido o filme e o livros...eu ainda não li nada relacionado. Não sei quando irei ler...e quanto ao filme eu gosto de ler primeiro para depois ver nas telonas ou telinha...já que vai passar tempo. kkkkk
ResponderExcluirGostei de saber sua opinião. Seu pai não dormir é sinal positivo. kkk
Beijos!
Monólogo de Julieta
Oie, Alê! Olha acho que não é Steampunk, pois ele geralmente é em um passado alternativo e Divergente é no futuro (a não ser que no segundo livro mude, não sei porque só li o primeiro).
ResponderExcluirDeixando isso de lado, acho a Tris um pouco fria mesmo no primeiro, mas gostei dela por arriscar, por tentar, afinal personagens muito inseguros e sem atitude me cansam. Estou curiosa para ler Insurgente, mas estou morrendo de receio de Convergente porque os spoilers que recebi são destruidores...
kkkkk
Letras & Versos
ps.: Difícil dar nome para colunas, né?
Eu assisti o filme antes e fiquei looouca para ler os livros.
ResponderExcluirFiquei brincando com meu namorado pra escolhermos as facções hahaha
Comprei os 4 livros na BF mas ainda não deram sinal de vida :(
Beijos,
Duas Leitoras