Outro dia me peguei ouvindo uma gravação do programa "Café Filosófico" com o historiador Leandro Karnal na qual ele falava sobre Hamlet. Já no inicio da fala o historiador descreveu as características de uma obra clássica:
"É uma companhia: é uma companhia permanente, é uma companhia que não desaparece, é uma companhia para a vida uma vida interior, é uma forma companhia que eu posso reler quantas vezes eu quiser e reencontro algo. Isto é a definição de uma obra clássica, ele sempre trás algo de novo."
Eu vou escrever mais sobre O papel de parece amarelo, claro, sou geminiana e geminianas sempre escrevem mais. Porém, se eu apenas tivesse repetido as palavras de Karmal eu já teria definido esse pequeno/gigante livro de Charlotte Perkins Gilmar.
Em um texto breve, pouco mais de meia centena de páginas, escrito em forma de diário, nós conhecemos nesse livro pequenos trechos da vida de uma mulher tipica do fim do século XIX e início do XX. Ela não possui nome, apenas condição. Casada com um medico, mãe de uma criança pequena, ela está morando em uma casa antiga no campo, reclusa devido a uma instabilidade intelectual.
Pouco a pouco a protagonista vai dando a saber como é seu cotidiano, como seu marido se porta com ela, como ela se sente oprimida e incapaz de lutar contra sua opressão. Seu refugio último, único e também transgressor, pois seu marido reprova grandemente, é escrever nesse diário o qual temos em mãos. E é ele que nos conta de que forma, em meio a sua rotina de mulher convalescente, ela se pega oprimida pelo papel de parede amarelo que estampa as paredes de seu quarto de dormir.
À medida que ela personifica o papel de parede, começa a ver coisas nele e se incomodar com o seu padrão. Aos poucos o papel de parede cresce e se torna sua obsessão particular e, infelizmente, contar mais seria ferir o direito que você leitor possui de descobrir por si mesmo essa obra magnifica.
Posso dizer que as metáforas da Charlotte são precisas e acertadas, me identifiquei muito com a personagem, senti uma enorme ligação e empatia. Também já estive diante de um papel de parede amarelo com padrões terríveis, talvez todas as mulheres nesse mundo conheçam esse papel e seus padrões e talvez por isso advogo que todas e todos deveriam ler esse livro e apreciar a beleza, a dor e verdade de um clássico.
Titulo: O Papel de Parede Amarelo
Autora: Charlotte Perkins Gilman
Não conhecia esse livro, mas já fiquei encantada com a descrição que fez dele. Adoro livros que retratam o cotidiano das pessoas mais comuns. Deve ser delicioso mesmo. Um clássico que eu desconhecia. Vivendo e aprendendo.
ResponderExcluirBeijos
Adriana
olá? Confesso que o livro não me chamou atenção e acho que no momento eu não leria, mas sua resenha ficou ótima <3
ResponderExcluirBeijos
http://resenhaatual.blogspot.com.br/
Uma amiga de um grupo literário do qual faço parte falou desse livro ainda ontem! Fiquei interessada pela sinopse, e lendo sua resenha, fiquei ainda mais! Adorei!
ResponderExcluirE eu fiquei babando pelos seus "Sandman" que apareceram na foto... Eu querooo!
shIUAhsas
Beijos!
Fabi Carvalhais
Pausa Para Pitacos | Participe do TOP COMENTARISTA | Promoção PQ SIM!
Pandora, meu amor, que resenha tocante (apesar de sucinta)!
ResponderExcluirConsegui absorver a emoção que você sentiu ao ler o livro. Eu também já tive minha cota de papéis amarelos opressores. Acho que todo mundo tem, né? Sobretudo as minorias, aquelas que vivem à margem da sociedade, não por escolha, mas por exclusão mesmo.
Adoraria ler esse livro. ;)
Beijo.
Blog || Fan Page
Olá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas também fiquei bem na dúvida se leria ou não. Não fiquei tão cativado pelo enredo, mas acredito que a mensagem que o livro tem a passar é muito bonita. Por esse motivo, daria um voto de confiança para "O papel de parece amarelo"
Abraço!
http://tudoonlinevirtual.blogspot.com/
Ooi! Esse parece ser um livro com uma tensão bem grande durante a leitura; apesar de até gostar de algumas obras assim tenho dificuldade com a leitura por sempre me sentir muito próxima a personagem. Enfim, segunda resenha positiva que leio dele e achei a premissa bem legal. Beijos
ResponderExcluirSil - Estilhaçando Livros
Olá,
ResponderExcluirAcho que é a primeira resenha que leio sobre esse livro.
Já tinha visto pelo Skoob, mas não tinha lido sobre.
Até achei interessante, parece ser algo mais de interpretação, acho que leria sim.
tenha um ótimo final de semana.
Nana - Obsession Valley
oi, oi.
ResponderExcluirto agora aqui na mó curiosidade pra saber mais sobre a história. parece ser bem interessante, apesar de parecer ser um clássico. :) eu tbm super curto esse tipo de leitura, sabe? de vez em quando me bom sair da ficção pra se jogar em histórias que mostram um pouco do passado (mesmo tbm sendo ficção). :)
bjs!
Não me venha com desculpas
Olá, Pandora.
ResponderExcluirSou geminiana também e não escrevo muito não hehe. Já li algumas resenhas desse livro e só vi elogios a ele até agora. É o tipo de livro que eu gosto de ler, então vou anotar aqui para uma futura leitura.
Blog Prefácio
Olá, Pandora.
ResponderExcluirEstou com esse livro em casa e ele será a minha próxima leitura. Estou demasiadamente curioso. Quero entender como se dará essa personificação no papel de parede. Além disso, adoro livros que nos marcam; esse parece ser um livro desse tipo.
Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de abril. Serão três vencedores!
Olá,
ResponderExcluirNão conhecia o livro e parece ser uma obra muito interessante.
Porem não é o tipo de leitura eu gosto, não leria no momento, mas futuramente eu pegaria sim.
Bjs e um bom fim de semana!
Diário dos Livros
Siga o Twitter
Que capa! Que livro! Que resenha! Que história <3 quero pra hoje!
ResponderExcluirgarotoliterariio.blogspot.com
Caramba, esse livro parece ser muito bom! Não sei se entendi bem, mas é como se a personagem encontrasse uma certa liberdade enquanto escreve para fugir de toda essa opressão.
ResponderExcluirMuito legal ler romances que exploram esse assunto.
E sim, geminianas escrevem mais! Admiro isso em vocês hahaha :)
Bjs
http://noveplanetas.blogspot.com.br/
Em um mundo ainda socialmente machista acredito que muitas mulheres se deparam com esse papel de parede. O pouco que narrou me prendeu e quero muito ler este livro. Sinto pela forma como narra o quanto uma obra clássica te toca e consegue nos transmitir esse "algo de novo."
ResponderExcluirBeijos
Achei interessante esse livro, eu ainda não o conhecia mas fiquei com vontade de o ler agora, ao ver sua resenha. Entretanto, acho que vou esperar um outro momento, creio que não estou na vibe certa para esse tipo de leitura.
ResponderExcluir(Vi nas fotos a Trilogia do Mago Negro e me bateu um momento nostalgia aqui, série mais que perfeita <3)
Abraços,
Blog Decidindo-se \o/
Oi Pandora! Este livro tão pequeno é grande em sua mensagem, eu simplesmente amei a forma metafórica que a autora usou para mostrar como a protagonista foi engolida e sufocada pela opressão.
ResponderExcluirBjos!! Cida
Moonlight Books
Oi Pandora!
ResponderExcluirEu ouvi falar muito desse livro, principalmente em março, que foi o mês da mulher e que tanto se falou sobre feminismo, empoderamento feminino e outros temas relacionados. Ainda não tive a oportunidade de ler, mas já adicionei 'O papel de parede amarelo' à minha lista de desejos. ;)
Bjos,
http://helendutra.com/
Hey!
ResponderExcluirO título desse livro é bastante curioso, mas confesso que só me interessei por ler as resenhas depois que soube que se tratava de um livro feminista.
É triste ver que essa realidade perdura até hoje e tantas e tantas mulheres permanecem oprimidas por seus maridos que desprezam as formas delas desabafarem. No caso do livro, o diário. Nos casos mais atuais, quem sabe um Facebook, um blog...
Sigamos lutando para que isso mude!
Beijos,
Kemmy - Duas Leitoras